Decisão exige que até 70% dos funcionários de áreas estratégicas de TI voltem ao trabalho, garantindo a continuidade das operações críticas durante a paralisação.
Em uma decisão essencial para a retomada do funcionamento dos serviços de tecnologia da informação no Brasil, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) atendeu parcialmente ao pedido de dissídio coletivo apresentado pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), determinando o retorno ao trabalho de uma parte significativa dos seus servidores que estavam em greve.
A decisão, proferida nesta terça-feira (3) pelo ministro Maurício Godinho Delgado, estabelece que 50% dos funcionários das áreas de tecnologia da informação devem retomar suas atividades, sendo que, nas áreas consideradas estratégicas, esse percentual sobe para 70%. A medida visa assegurar a continuidade dos serviços essenciais oferecidos pela estatal, que desempenha um papel vital na infraestrutura digital do governo brasileiro.
O Serpro havia solicitado o retorno de 80% dos empregados, com foco especial nas diretorias de Operações (DIOPE), de Negócios Econômico-Fazendários (DINEF) e de Negócios Governos e Mercados (DINGM). Essas áreas são consideradas críticas para a execução de suas funções essenciais, especialmente em um contexto de greve. No entanto, o TST optou por uma abordagem mais cautelosa, estabelecendo percentuais menores, mas ainda significativos, para garantir o funcionamento das atividades primordiais da estatal.
O ministro Delgado, ao justificar sua decisão, destacou a necessidade de equilíbrio entre o direito de greve dos trabalhadores e a manutenção dos serviços indispensáveis à população. “Os sindicatos, o empregador e os empregados devem garantir, de comum acordo, durante a greve, a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade”, ressaltou o magistrado.
Importância estratégica do serpro
Em comunicado oficial, a direção do Serpro reforçou a essencialidade dos serviços prestados pela empresa, que são fundamentais tanto para o funcionamento do Estado quanto para o atendimento direto à população. A estatal destaca que a decisão do TST reconhece a importância dessas atividades, especialmente em áreas estratégicas de tecnologia da informação, onde se concentra grande parte do suporte às operações governamentais.
“O Tribunal reconheceu a essencialidade dos serviços prestados pelo Serpro, que são fundamentais para o funcionamento do Estado e o atendimento à população. Por essa razão, foi determinada pela Justiça a manutenção de um contingente mínimo de 70% dos empregados que atuam nas áreas de tecnologia da informação dos serviços estratégicos. Para os demais serviços da área de tecnologia da informação, o percentual é de 50%”, informou a empresa.
Conciliação à vista
Com a decisão judicial, o TST também agendou uma reunião de conciliação entre a direção do Serpro e os representantes dos trabalhadores, que ocorrerá na próxima quinta-feira (5), às 9h. Esse encontro será uma oportunidade para ambas as partes discutirem os termos do dissídio coletivo e tentarem chegar a um consenso que respeite os direitos dos trabalhadores, ao mesmo tempo em que assegure a continuidade dos serviços essenciais prestados pela estatal.
O Serpro, por sua vez, sustenta que o pedido de dissídio foi uma medida necessária para garantir a continuidade dos serviços críticos durante o período de greve. A empresa reafirma seu compromisso em manter um ambiente de trabalho que respeite os direitos dos empregados, ao mesmo tempo em que assegura a prestação de serviços essenciais aos seus clientes e à sociedade.
“A empresa está ciente dos desafios enfrentados em um processo de dissídio coletivo e reitera seu compromisso em manter um ambiente de trabalho que respeite os direitos dos trabalhadores, ao mesmo tempo em que assegura a manutenção dos serviços prestados aos seus clientes e à sociedade brasileira. A decisão do TST visa tão somente assegurar que, mesmo durante a greve, os serviços essenciais não sejam interrompidos, garantindo a continuidade de operações críticas, uma vez que estas são consideradas essenciais à sociedade”, concluiu o comunicado.
Fonte: Contábeis